Falar de motivação é sempre uma tarefa difícil. É um conceito que não deixa de ser estritamente pessoal, é totalmente aceitável que se perguntarmos a 100 pessoas qual é a motivação delas para sair de casa e ir treinar tenhamos obtido 100 respostas diferentes. Mas como este é o blog pessoal onde eu posso falar estritamente sobre mim e não ser tomado por egocêntrico, vou falar sobre aquilo que me motivou ao longo deste ano para não desistir e continuar a sair de casa para treinar mesmo naqueles dias em que parecia que o céu ia cair em cima daqueles que se atreveram a desafia-lo. É difícil explicar o que me motivou quando comecei esta jornada, mas acho que fundamentalmente eu sentia-me bem e motivava-me com o simples facto de estar a conseguir superar os limites que tinha no passado. Mas é claro que isso não chega, ou melhor, não chegou para mim e tive que continuar a agarrar-me a coisas novas para manter a motivação em alta. Por um lado criei objetivos a curto-prazo sobre aquilo que queria fazer, por exemplo, no inicio queria conseguir correr 15min sem parar e consegui, quando esse objetivo foi cumprido então avancei para outro objetivo que era correr 30min, e assim sucessivamente. Depois disso adquiri um GPS e comecei a focar-me mais nas distâncias e em conseguir correr determinadas distâncias. Depois queria conseguir obter resultados positivos na orientação e consegui alguns troféus no meu escalão e ser o atleta com mais pontuação no ranking dentro do meu clube nesta época de 2012, o que me proporcionou um enorme orgulho pessoal e me confirmou mais uma vez a minha aposta em participar num número cada vez maior de provas. O apoio e o incentivo por parte da família e amigos e a sua presença ativa nas competições também é um fator que por si só cria uma corrente de motivação muito positiva. Outra dos fatores potenciadores de motivação é sem dúvida o clube onde estou inserido, mais do que um simples clube é uma pequena família com o gosto e a dedicação pela orientação e com quem partilho momentos e histórias que de outra forma eram impossíveis de ser vividos. Uma grande porção da motivação para participar em provas vem no simples facto de ir com o meu clube e poder estar com os meus amigos!
Mas isto era só uma pequena parte daquilo que me incentivava a não desistir e a voltar à vida "semi-sedentária", mas a principal ideia é que para mim não houve um motivo especial que me levasse a continuar, mas sim vários motivos que foram mudando totalmente ao longo do tempo. Há um motivo que ainda me acompanha desde o inicio (e que já falei dele logo no 1ºpost) que é o de durante o tempo de duração do treino, eu conseguir criar um estado de abstração total do mundo que me rodeia e só me focar os pensamentos naquilo que quero. Lembro-me perfeitamente de ter falado há uns meses com uma atleta de orientação da elite internacional sobre o que a motivava para treinar todos os dias e ela me ter respondido que era o desejo de ganhar medalhas de ouro e era assim que ela se motivava para continuar. Mas mais que isso disse-me que o importante era eu ter objetivos, por mais "pequenos" que eles sejam, o importante é que existam mesmo estes objetivos. É o que eu tenho vindo a fazer até agora. Já tenho alguns objetivos traçados para a época 2013, alguns mais ambiciosos que outros, mas espero que os consiga cumprir com a mesma vontade e espírito com que cumpri os deste ano.
JM